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Autora: Flávia Padilha Bastos dos Santos.
Orientadores: Francisca Pessoa de França, Léa Maria de Almeida Lopes.
A oferta de glicerol, subproduto da produção de biodiesel, aumentou significativamente nos últimos anos, gerando um grande interesse por seu aproveitamento biotecnológico.
Neste trabalho avaliou-se a produção de biossurfatante a partir de glicerol, empregando a Pseudomonas aeruginosa EQ 109 isolada de ambiente contaminado com óleo cru.
Para avaliar as melhores respostas foi utilizado um planejamento fatorial 23, investigando a influência do pH, concentração inicial de biomassa e concentração inicial de glicerol.
Os experimentos foram realizados em frascos Erlenmeyer com 500 mL de capacidade contendo 100 mL do meio de produção, sob agitação de 150 rpm, à temperatura de 30ºC ± 1ºC, realizando-se amostragens nos tempos 24h, 48h e 72 h.
A produção de biossurfatante foi monitorada através da medida do índice de emulsificação em querosene de aviação, consumo de glicerol, diminuição da tensão superficial e biomassa final produzida no caldo livre de células, atingindo um valor de 75% para o índice de emulsificação do querosene de aviação com 72 horas de fermentação.
Os resultados mostraram que as variáveis independentes que obtiveram melhores respostas foram pH 7,0; concentração inicial de glicerol, 50g/L e concentração inicial de biomassa de 6,3x10-5 g/L. Com os parâmetros otimizados, foram realizados experimentos em fermentadores com capacidade de 2L e 3L e o biossurfatante produzido foi recuperado com um rendimento de 0,68g de biossurfatante/g de glicerol.
Após a recuperação o biossurfatante foi purificado até cerca de 90% de pureza, dado este confirmado pela análise termogravimétrica TGA. No biossurfatante recuperado, foram realizados testes de estabilidade em diferentes salinidades e temperaturas, ensaio de tolerância ao cálcio, ensaio do índice de emulsificação de diferentes matérias-primas (hexano, biodiesel, borra oleosa, querosene de aviação) além da caracterização através da análise espectrométrica FTIR, análise reométrica e análise dos açúcares.
Os resultados indicaram a possível formação de um ramnolipídeo estável em diferentes temperaturas e salinidades que emulsificou o querosene de aviação em solução a 100 mg/L de CaCO3. A análise de açúcares revelou a formação de um biossurfatante composto de açúcares neutros composto de 19% de ramnose, 35% de manose, 2% de galactose e 44% de glicose.