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Autora: Rafaela Di Sabato Guerrante.
Orientadores: Adelaide Maria de Souza Antunes, Nei Pereira Jr.
A presente Tese tem por objetivo identificar as estratégias de inovação empregadas pela Monsanto, a maior empresa do mercado mundial de sementes geneticamente modificadas (GMs).
A análise da trajetória da empresa, desde sua fundação até os dias atuais, levou em consideração os principais conceitos e teorias relacionados à dinâmica de crescimento das organizações e, também, informações da literatura sobre a Monsanto, além de documentos da própria empresa.
Foram identificadas algumas práticas estratégicas recorrentes da empresa, como o patenteamento de tecnologias de modificação genética de plantas; o uso do licenciamento; o recolhimento da taxa de utilização cobrada aos agricultores após a colheita; e o estabelecimento de contratos vinculando os agricultores à proibição de guardar sementes GMs para plantio em safras posteriores. Todas essas estratégias foram empregadas pela Monsanto na garantia de retorno de seu investimento tecnológico.
Para entender a inovação nesse mercado, como em qualquer outro setor, foi desenvolvida uma metodologia de prospecção de patentes para examinar o desenvolvimento de tecnologias novas e inovadoras (1980-2010), como as Tecnologias de Restrição ao Uso Genético (GURT) de sementes, desenvolvidas a partir da década de 90, que podem ser empregadas como ferramentas de apropriação dos benefícios advindos da comercialização de sementes GMs. Estas tecnologias permitem a geração de sementes GMs estéreis (V-GURT), incapazes de serem armazenadas, e de sementes GMs com expressão de características vinculada à aplicação de indutores químicos (T-GURT) produzidos, estrategicamente, por empresas que atuam no mercado de sementes GMs, entre as quais se inclui a Monsanto.
A prospecção mostra que a Monsanto desviou o foco das tecnologias GURT, preferindo canalizar seus esforços de P&D na adaptação da tecnologia de macho-esterilidade às suas sementes GMs. Esta é uma tecnologia já utilizada há décadas na agricultura, na produção de híbridos. Esta tecnologia permite a geração de plantas macho-estéreis e, portanto, pode ser empregada como ferramenta de contenção do fluxo gênico em sementes GMs. Para esta tecnologia, a Monsanto já depositou mais de 700 pedidos de patente.
A análise da trajetória da empresa por meio da metodologia de prospecção desenvolvida permite concluir que a Monsanto apresenta perfil estratégico e tecnológico inovador, além de propensão à autoperpetuação.