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Autor: Valéria Souza Millioli.
Orientadores: Denize Dias de Carvalho e Luiz Gonzaga dos Santos Sobral.
Um dos grandes problemas ambientais atuais é a contaminação de solo por derramamento de petróleo e quando ocorre este tipo de contaminação, há uma necessidade de ações imediatas para que minimizem os impactos negativos causados pelo petróleo em solo.
Há várias tecnologias para tratar o solo com as técnicas, químicas, físicas e as biológicas; entretanto, as técnicas biológicas, como a biorremediação, são consideradas de baixo custo e eficazes para redução do petróleo no solo. Porém, alguns fatores podem limitar a ação dos microrganismos para que esses sejam capazes de reduzir esse passivo ambiental, como alto peso molecular, forte adsorção e baixa solubilidade desses contaminantes. Contudo, a adição de surfactantes pode amenizar esses problemas aumentando a efetividade do processo de biorremediação e, dessa forma, a biodegradabilidade do óleo no solo. Entretanto, alguns fatores devem ser investigados para melhorar a utilização dos surfactantes como auxiliares na técnica de biorremediação.
Dessa forma, o objetivo do trabalho foi descrever algumas contribuições técnicas nos últimos anos em que se tem utilizado surfactante como auxiliares na biorremediação, além de uma revisão bibliográfica sobre solo, petróleo, surfactantes e suas utilizações, bem como alguns testes eco toxicológicos que podem ser utilizados para avaliar o comportamento dos surfactantes quando adicionados ao solo. Assim, o principal desafio do trabalho foi definir uma metodologia a ser utilizada para aplicação de surfactantes como auxiliares à técnica de biorremediação de solo impactado com óleo cru.
Neste contexto, foram avaliados seis surfactantes, sendo quatro químicos (SDS, Tween-80, Biosolve e Biononex) e dois biossurfactantes do tipo ramnolipídio (JBR 210 e JBR 425) quanto à capacidade emulsificante, capacidade de dessorção do óleo do solo por lavagem, biodegradabilidade em fase aquosa e em solo, além da caracterização da diluição micelar crítica (DMC) e diluição micelar crítica aparente (DMCA). Ao se analisar estes seis surfactantes foi observado que o SDS e JBR 210 foram os que mais se destacaram, e dessa forma, foram escolhidos para serem avaliados quanto a toxicidade em diferentes concentrações.
Os testes de toxicidade de ambos os surfactantes como mortalidade das minhocas, atividade da desidrogenase e fitotoxicidade com L. sativa e L. esculentum indicaram que ambos apresentaram alta toxicidade em altas concentrações. Em relação à utilização do SDS e JBR 210 como auxiliares no processo de biorremediação verificou-se para o JBR 210 a adição de 4 mg/g de ramnolipídio removeu cerca de 50% dos Hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP) e a adição de SDS ao solo contaminado não melhorou os índices de biodegradação, apresentando remoção de 20 a 26% de HTP, sendo estes resultados bem semelhantes ao controle (sem adição de surfactante).