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Autora: Cristiane Andrade de Lima.
Orientadoras: Selma Gomes Ferreira Leite e Zuleica Carmem Castilhos.
Todas as formas de vida podem ser afetadas pela presença de metais dependendo da dose e da forma química. Muitos metais são essenciais para o crescimento de todos os tipos de organismos, desde microrganismos até mesmo o ser humano, sendo requeridos em baixas concentrações, mas podem danificar sistemas biológicos, dependendo da concentração existente, condições de uso e susceptibilidade do organismo envolvido.
Uma dificuldade surge ao se converter o risco associado a um particular agente químico em uma medida do risco total representado por todos os agentes poluentes liberados em um determinado local ou região. Neste contexto, buscam-se relacionar a intensidade da poluição com os potenciais riscos à saúde humana e/ou ao meio ambiente, e expressá-los como estimativas numéricas comparáveis. Para tal, foram desenvolvidas metodologias para avaliação de risco à saúde humana e ecológico face a um cenário de contaminação. Os resultados de uma avaliação de risco permitem identificar os compostos químicos de interesse (CQIs), bem como as sub-áreas dentro da área de estudo que representam risco. Estas informações podem ser usadas para orientar decisões de gerenciamento de riscos, incluindo decisões de se e onde ações de remediação seriam necessárias.
O objetivo geral da presente tese é avaliar se a área de uma empresa metalúrgica desativada, contaminada por metais pesados, representa risco à saúde humana e/ou ao meio ambiente. Para tal foi utilizada uma abordagem toxicológica baseada nas metodologias de avaliação de risco à saúde humana e ecológico propostas pela US EPA (United States Environmental Protection Agency), bem como a realização de testes ecotoxicológicos com minhocas (Eisenia foetida), a fim de se auxiliar o plano de descomissionamento e o estabelecimento das metas de remediação específicas para o local em estudo para diferentes usos futuros da área.
Para todos os cenários hipotéticos de uso futuro da área, os riscos calculados para receptores humanos (efeitos cancerígenos e não-cancerígenos) e para receptores ecológicos foram considerados inaceitáveis. Na avaliação de risco à saúde humana, os maiores níveis de risco foram para Cd, Pb, Hg e Zn, no cenário agrícola para crianças expostas via ingestão e contato dérmico com solo e água subterrânea. Na avaliação de risco ecológico, os maiores níveis de risco foram para invertebrados, microrganismos, pequenos mamíferos e plantas, para Al, Cd, Fe, Hg, Se e Zn.
Os resultados dos testes ecotoxicológicos agudos em solo com invertebrados sugeriram uma relação entre as concentrações de zinco nas amostras de solo com os efeitos tóxicos em minhocas (quanto maior a concentração de zinco, maiores os efeitos). Os resultados dos testes com elutriato sugeriram toxicidade também na fração solúvel do solo presente na área.