Site antigo: versão de 03/09/2021
Clique aqui para acessar a nova página
Ver Legenda
Página Existente
Página não encontrada
Autora: Maria Clara Siqueira Campos Lisboa Telhado
Orientadoras: Selma Gomes Ferreira Leite e Andréa Camardella de Lima Rizzo.
A biodisponibilidade de contaminantes orgânicos em solo, do ponto de vista de processos, pode ser definida como interações físicas, químicas e biológicas que determinam a exposição de seres vivos a substâncias em solos e sedimentos.
No presente trabalho, investigou-se se a extração química com Hidroxipropil - Beta - Ciclodextrina (HPCD-β) poderia prever a biodisponibilidade de petróleo em um solo submetido a um processo de Atenuação Natural Monitorada (ANM), em três diferentes concentrações (0,5%; 2,5% e 5%m/m) de contaminação.
Para isto, foram montados dois sistemas experimentais (um biótico e um abiótico), que foram expostos a intempéries por um período de 180 dias. Durante este tempo, foi realizado o monitoramento através de análises microbiológicas (concentração de microrganismos heterotróficos totais e degradadores de óleo), e do teor de Hidrocarbonetos Totais de Petróleo (HTP) por infravermelho.
Em relação às análises microbiológicas, observou-se que não houve variação significativa na população de microrganismos heterotróficos totais, já que para todas as concentrações de óleo testadas, a densidade microbiana ficou em torno de 107 UFC/g solo. O mesmo não aconteceu com a população de microrganismos degradadores, onde ocorreu significativa variação, especialmente a partir dos 90 dias de experimento. Verificou-se que esta variação está associada, principalmente, à remoção dos HTP e à pluviosidade. Ademais, a remoção biológica foi o processo predominante na ANM do sistema biótico, com exceção do solo contaminado a 2,5%, onde as perdas abióticas foram próximas aos valores de degradação biológica.
Após o teste de extração com diferentes concentrações da solução de HPCD-β, concluiu-se que a fração biodisponível prevista seria de aproximadamente 18,3% dos HTP no solo contaminado a 0,5%, 19,2% dos HTP no solo contaminado a 2,5% e 35,0% dos HTP no solo contaminado a 5%, em relação ao método convencional de extração dos HTP com n -hexano no ultrassom. Em comparação com os dados de biodegradação no sistema experimentais, observou-se que os valores de remoção biológica por ANM (49,3% dos HTP no solo contaminado a 0,5%, 42,6% no solo contaminado a 2,5% e 51,3% no solo contaminado a 5%) após 180 dias,foram superiores aos previstos pela extração com HPCD-β nos três teores de óleo cru adotados. Portanto, a extração com HPCD-β parece não ter sido capaz de prever, nas condições experimentais realizadas, os hidrocarbonetos totais do petróleo biodisponíveis no solo contaminado. Os microrganismos endógenos desse solo se mostraram capazes de remover, eficientemente, uma grande parte do óleo presente no solo, mostrando que a ANM é uma técnica eficaz para remediação deste solo e óleo.
Paralelamente, foi observado o desenvolvimento de oito tipos diferentes de plantas daninhas no sistema biótico.