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Autor: Felisberto Lucas Luís Muteca.
Orientadores: Francisca Pessôa de França, Fernando Jorge Santos de Oliveira.
Os fortes impactos positivos à macroeconomia incentivam o desenvolvimento do Setor de petróleo e gás natural em muitos países. Na economia Angolana não é diferente e é com base em tal incentivo que Angola tornou-se um dos maiores produtores de petróleo bruto em 2009 dentre os países de África.
Embora as atividades do setor de petróleo e gás sejam macroeconomicamente positivas, são por outro lado grandes geradoras de poluição e contribuintes da degradação ambiental, consumindo grandes quantidades de água e de energia, produzindo grandes quantidades de despejos líquidos, liberando diversos gases nocivos à atmosfera e produzindo resíduos sólidos de difícil tratamento ou disposição final. Assim, é crescente a preocupação com os impactos ambientais decorrentes de atividades que geram volumes consideráveis de resíduos sólidos, dentre os quais se destacam os solos contaminados por hidrocarbonetos. As técnicas utilizadas para a recuperação de tais solos baseiam-se em processos físicos, químicos, térmicos e biológicos.
Entre as opções biotecnológicas, o processo de Biorremediação em biorreator de lama destaca-se por ser extremamente útil em degradar compostos altamente recalcitrantes embora, exija gastos adicionais com o transporte do material contaminado, com a construção de equipamentos para uma particular descontaminação e com mão-de-obra adicional e energia.
Este trabalho teve como objetivo estudar a alternativa de Biorremediação em escala de bancada de solo contaminado com óleo cru proveniente de Angola. Para tal foram empregadas metodologias de bioestimulação através de umidificação, fertilização e aeração, diluição do solo contaminado e de bioaumento pela inserção de micro-organismos aeróbios provenientes da água do mar.
Para avaliar o desempenho do bioprocesso foram monitorados parâmetros relevantes, tais como: pH, umidade, nitrogênio, fósforo, elementos químicos (Sb, As, Ba, Be, Cd, Pb, Cu, Cr, Fe, Mn, Hg, Ni, Ag, Se, V e Zn), hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP), hidrocarbonetos policíclicos aromáticos(HPA), bactérias aeróbias heterotróficas(BAE), fungos hidrocarbonoclasticos e bactérias anaeróbias heterotróficas (BAN).
Os resultados obtidos em 90 dias de tratamento foram promissores considerando o tempo e a concentração inicial dos contaminantes. O emprego do tratamento por biorremediação, usando a técnica de diluição, foi eficiente para remoção de hidrocarbonetos no solo. O solo contaminado, na forma em que foi coletado, também aqui denominado in natura, teve remoção de 62% dos hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP) e adicionalmente houve remoção de, aproximadamente, 16% na concentração de todos os 16 HPA. Os teores de HTP e HPA presentes no solo após o tratamento estiveram abaixo dos limites de intervenção preconizados pela legislação Brasileira, uma das mais restritivas do mundo.