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Autor: Douglas Guedes Ferreira
Orientadoras: Eliana Flávia Camporese Sérvulo, Denize Dias de Carvalho
O solo é um ecossistema rico em biodiversidade, entretanto as atividades antrópicas ameaçam a dinâmica e até mesmo a permanência das espécies de microrganismos, animais e vegetais que compõem esse bioma. O uso intensivo do petróleo e seus derivados podem ser apontados como uma das origens dessa ameaça ambiental. Dentre os derivados do petróleo, a gasolina se destaca pela geração de efeitos agressivos ao meio ambiente e à saúde humana. No caso da gasolina brasileira ainda existe um agravante, pois a legislação nacional determina que a gasolina comercial contenha 25% (v/v) de etanol. Essa adição aumenta a solubilidade da gasolina em água permitindo a maior difusão do contaminante, e, por conseguinte aumentando a área contaminada. Desse modo, há a necessidade de se aplicar métodos de tratamento nas áreas afetadas pela contaminação. As opções de tratamento incluem técnicas físico-químicas e/ou biológicas, contudo as técnicas biológicas são, em geral apresentam custos inferiores às técnicas físico-químicas e, ainda, possuem maior aceitabilidade por parte da sociedade e agências reguladoras.
Por isso, este estudo dividiu-se em duas partes, a primeira foi realizada em microcosmos e teve por finalidade avaliar as condições nutricionais e de umidade na biorremediação da gasolina em solo argiloso, bem como verificar se a variação no percentual de etanol na gasolina interfere no processo de biorremediação. Já a segunda parte foi realizada em colunas cilíndricas de 60 cm de comprimento e 10 cm de raio visando verificar a realização do processo em diferentes profundidades de solo.
Os resultados obtidos na primeira etapa indicaram que o teor de etanol testado (25%) não interfere no processo de biorremediação, por outro lado, o ajuste do solo para 50 ppm de fósforo permitiu a remoção de mais 50% do contaminante nos ensaios. Baseado nisso, verificou-se que o maior teor de umidade (40%) colabora para a maior eficiência do processo. Na segunda etapa, o etanol também não interferiu na biorremediação, entretanto permitiu que o contaminante atingisse o fundo da coluna em um menor intervalo de tempo.
A degradação do contaminante foi irrisória no solo sem ajuste de nutrientes, enquanto que nos ensaios com ajuste de 50 ppm de fósforo foi possível remover cerca de 70% do contaminante. Esses dados indicam que a biorremediação pode ser aplicada no tratamento de solos contaminados com gasolina, que introdução de nutrientes é crucial para isso, e também pôde-se observar que a presença do etanol não interfere nesse processo.